Indispensável para uma reunião da família ou de amigos, a sala de jantar deve ser um espaço confortável, acima de tudo.
Espaço para reunir a família, os amigos e ter momentos de muita harmonia, a sala de jantar precisa ser bem planejada, confortável e mostrar a personalidade dos moradores.
Segundo o arquiteto Tiago Scanavacca, antes de qualquer coisa, deve-se definir um estilo que se adeque ao gosto do cliente e buscar referências. “Quando não se tem um profissional para desenvolver o projeto, uma busca no Pinterest, Instagram ou até mesmo no Google pode ajudar nessa tarefa”.
Na sequência, é preciso se apropriar do espaço que se tem para montar a sala de jantar. Isso é importante porque a escolha do mobiliário deve levar em conta o tamanho do ambiente; colocar, por exemplo, uma mesa grande demais pode comprometer os acessos e a circulação.
“Uma dica é manter a distância mínima de 70cm entre o tampo e a parede que não tenha fluxo de pessoas e 1,40m nas passagens”.
Aliás, esse cuidado é fundamental para deixar o ambiente com uma circulação confortável, já que a falta disso pode causar incômodo para as pessoas que estão no espaço. “Entre as cadeiras e a passagem deve haver, no mínimo, 90 cm.
Com essa orientação, é possível escolher o modelo de mesa que harmoniza mais com a necessidade da casa e do ambiente”, explica a designer de interiores Daiane Antinolfi, de São Paulo.
Formato e integração
Outro ponto importante com base nas dimensões do local é, “em espaços pequenos, mesas integradas a uma bancada de cozinha ou, então, em um canto podem ser uma boa pedida para não comprometer os acessos e a área de convivência”, aponta Tiago Scanavacca.
Já em relação ao formato, é bom estudar caso a caso, mas geralmente a mesa ideal acaba sendo uma escolha pessoal. “Eu prefiro as retangulares na maioria das vezes, porque acredito que há um aproveitamento melhor da área, principalmente quando o móvel fica encostado na parede”, diz o arquiteto de Santos.
Entre os inúmeros formatos, a arquiteta Erika Mello, de São Paulo, explica que o redondo é o mais apropriado para as famílias que gostam de receber e seguem o pensamento de que o espaço é como coração de mãe, ou seja, sempre cabe mais um. “Além de ser ótimo para a circulação, o modelo facilita a comunicação”, reforça a profissional.
Ainda sobre as dimensões do móvel, existem outras medidas mínimas que devem ser respeitadas. Erika explica que o mercado disponibiliza tamanhos padronizados para as mesas redondas, de acordo com a quantidade de pessoas sentadas, como a peça de 1m de diâmetro com quatro posições, a de 1,20m com seis e a de 1,50 m com oito.
“As mesas retangulares ou quadradas podem ficar com um dos lados encostados na parede ou em um balcão, liberando espaço de circulação nos ambientes pequenos”, reforça Renato Andrade, sócio de Erika no escritório Andrade & Mello Arquitetura. Com relação à altura do móvel, a indicada é 75 cm.
A arquiteta Debora Aguiar chegou a usar uma mesa com tampo de granilite e pés de metal rosê, cadeiras de couro branco e pendente que criou exclusivamente para o projeto.
“Um grande pórtico de madeira clareada delimita todo o espaço no sentido longitudinal, trazendo amplitude”.
Cadeiras
Como lembra Tiago, as cadeiras também são ponto chave na concepção de uma sala de jantar. “Quando temos uma mesa que queremos que fique à mostra, a dica é utilizar cadeiras minimalistas, com cores neutras no acento e, se possível, encosto vazado para que possamos ver através delas.
Já quando a mesa segue um design mais simples, pode-se optar por cadeiras mais fechadas, com traços marcantes e até usando cores fortes, mas sem exagerar, é claro”.
Fique atento, ainda, aos braços. “Em espaços menores, sempre dê preferência a cadeiras sem braços. Assim, quando não estão sendo utilizadas, você pode encaixá-las por completo embaixo do tampo. Nos ambientes maiores, modelos com braços trazem mais conforto”.
Atualmente, não existem regras rígidas quanto à padronização das cadeiras e é possível mesclar estilos diferentes. “Um bom exemplo é usar os modelos com braços nas cabeceiras retangulares, onde o espaço acaba sempre sendo maior, e deixar os sem braços nas laterais”.
Seguindo essa linha, nem a mesa nem as cadeiras precisam ter um padrão de cor ou material.
Tudo vai depender do gosto e da personalidade do morador.
É possível misturar referências, desde que a composição revele harmonia entre tons e materiais.
“Nos meus projetos, sempre faço o balanço daquilo que desejo enfatizar. Se as cadeiras são escuras, busco por uma mesa com um material mais leve e claro”, comenta Daiane. “E é importante aliar o design com peças leves, confortáveis e práticas para a limpeza”.
A designer de interiores acrescenta que, em um ambiente pequeno, é necessário tomar cuidado com a altura do encosto da cadeira. Nessa situação, ela indica não ultrapassar 10 cm em relação à altura da mesa. “Esse truque faz com que o espaço pareça mais amplo, já que conseguimos enxergar melhor o tampo da mesa”.
Além de mesas e cadeiras, outros móveis podem compor a sala de jantar, como bufês e aparadores, mas tudo dependerá do tamanho deles. “Esses móveis não só servem de apoio para servir e receber pratos como também são funcionais, pois permitem organizar e guardar louças e talheres próximo à mesa”, esclarece Erika.
Luz certa
“Considero que a iluminação é a cereja do bolo na decoração de qualquer ambiente”, diz a arquiteta, ressaltando que o projeto luminotécnico é fundamental para se proporcionar harmonia e conforto. Ao posicionar a mesa como foco principal, pendentes ou lustres são os itens recomendados.
“Especificamos sempre uma iluminação indireta e com a temperatura de cor ideal de aproximadamente 3000 K, que cria um clima mais amarelado e aconchegante”, complementa Renato Andrade.
Segundo Tiago, a luz natural deve se fazer presente e, em conjunto com um belo pendente de design marcante mais uma iluminação bem calculada e distribuída por toda a mesa, tende a tornar a sala intimista e dar vida aos pratos, por reproduzir melhor as cores. Então, não poupe esforços na escolha desse item, ele fará a diferença.
Fonte: AT Revista.